terça-feira, 26 de julho de 2011

O céu é o limite

Como já desconfiava, a pauta sobre voo livre foi fantástica. A atividade, considerada um esporte radical, utiliza as térmicas (atividade térmica do vento na camada limite atmosférica) para a execução de voos locais ou de grande distância. Um dos equipamentos mais utilizados para realizar a ação é o parapente. Usado para recreação e competição, o aeroplano – semelhante a um paraquedas – funciona com uma estrutura mais pesada do que o ar, que é sustentada por linhas e manipulada pelo piloto.

Com belas paisagens naturais que servem de cenário para o esporte e rampas de voos espalhadas em todo o território nacional, o Brasil é considerado o "Havaí do voo livre", por apresentar boas condições climáticas.


Entrevista com Angelo (Caboclinho)

Voar de forma ousada foi a maneira que o caiçara Angelo Campos de Oliveira, mais conhecido como Caboclinho pelos amigos, encontrou para satisfazer-se no voo livre. Vizinho da rampa localizada na cidade de São Vicente, o experiente piloto começou seus primeiros passos no esporte aos 13 anos. "Estava fazendo uma pipa em frente a minha casa, quando um dos instrutores me perguntou se eu estava a fim de voar. Eu concordei, rapidamente me arrumei, coloquei um tênis e vim para a rampa. Nunca mais parei", declara.
A proximidade do local de onde se faz os voos fez com que Caboclinho se aprimorasse rapidamente. Com muitas horas de voo em seu currículo e passagem por vários lugares do País, o jovem de 20 anos, que um dia foi aprendiz, é mestre e já habilitou vários alunos. Sua paixão pelo voo lhe rendeu boas oportunidades e parte de sua renda vem do esporte.


Carlos Eduardo e Angelo arrumando o equipamento

Carlos Eduardo realizando o voo livre

O parapente também faz parte da vida do guarulhense Carlos Eduardo Vendramine Benites, um comerciante apaixonado por esportes aéreos desde criança. Tem 25 anos e, apesar da pouca idade, voa há quase uma década. "Quando era pequeno, via as pessoas voarem de asa-delta e dizia para a minha mãe que um dia faria aquilo. Agora, com o parapente sei o quanto isso é maravilhoso. É uma sensação tão gostosa, que nem consigo achar uma palavra certa para descrevê-la", afirma.
Com a vontade na mente e o desejo no coração, ainda na adolescência Carlos Eduardo começou a fazer as aulas para tornar-se piloto e voar sozinho. A paixão foi tão longe, que além de ter o voo como hobby, começou a participar de competições. Atualmente, ocupa a sexta colocação do campeonato regional do Estado de São Paulo.


Eu não podia deixar de experimentar a sensação. E posso dizer que foi uma das melhores experiências da minha vida. Para os corajosos, eu indico.


 Fotos: Rafael Almeida